Resenha | Personagens distintos de “A Guerra da Rainha Vermelha” formam uma fantasia cativante

A Guerra da Rainha Vermelha é sem dúvida alguma uma das melhores fantasias que já li, e quero explicar para vocês leitores o porquê penso assim.  Para começar, preciso comentar sobre dois personagens incríveis, responsáveis em tornar o livro em uma das fantasias mais cativantes que já li.

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Jalan Kendeth – que assume papel de príncipe e sobrinho da Rainha Vermelha – é um protagonista com características que fogem do comum. Ao contrario do que ocorre em outras fantasias, onde o protagonista é forte e destemido – às vezes até arrogante –, Jalan se destaca por sua covardia. E isso não é ruim. Nós leitores temos o prazer de acompanhar um personagem sincero e cativante, um personagem que não tenta em momento algum esconder sua covardia.

“Sempre achei que bater em um homem pelas costas é a melhor maneira de fazer as coisas. Isso às vezes pode vir acompanhado de uma artimanha simples. Frases clássicas como “O que é aquilo ali?” funcionam bastante, surpreendentemente, mas, para resultados realmente ideais, é melhor se a pessoa nem ficar sabendo que você esteve ali”.

Snorri – um viking cheio de força e que impõe respeito – é outro personagem de destaque. No começo, tive a impressão de que Snorri é apenas um personagem durão, mas não demorei a perceber que por trás dessa imagem existe um carisma tão grande quanto ele. Seu instinto de proteção chama atenção, sempre muito determinado em fazer o que for possível pelas pessoas que ele ama.

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Agora que já apresentei os personagens de destaque, preciso esclarecer um pouco da narrativa em que eles estão inseridos, para que fique mais claro o motivo de A Guerra da Rainha Vermelha ser tão cativante. Após sofrer uma tentativa de assassinato, Jalan se vê obrigado a largar sua vida confortável e fugir para se proteger. Em um cenário medieval, que não se difere muito de outros livros do gênero, Jalan acaba conhecendo Snorri e sendo obrigado a permanecer ao seu lado. Um feitiço, desenvolvido por uma personagem de tom misterioso, acaba atingindo os dois em determinado momento, criando uma ligação entre eles. É por conta desse feitiço que Jalan e Snorri precisam permanecer unidos, e é por conta dessa união que o livro se torna extremamente cativante.

É preciso dizer que a Rainha Vermelha, personagem que pelo título do livro gera uma grande expectativa, é uma das que menos aparece. Sua influência está sempre presente, mas suas aparições são raras. Com isso, é possível ter uma noção de como Jalan e Snorri foram bem desenvolvidos, pois conseguem prender a atenção do leitor durante todo o livro. A jornada travada pelos dois toma o mesmo caminho, mas com objetivos diferentes. É interessante ver como figuras tão diferentes conseguem conviver tão bem, e como o que era pra ser algo insuportável para ambos – interesses contrários – se transforma em uma experiência agradável.

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Algo que não posso deixar de comentar é a capacidade do autor. Ele consegue fazer no primeiro livro de sua nova série o que não foi capaz em seus livros anteriores. Quando li o primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, do mesmo autor, me decepcionei com quase tudo, mas principalmente com o protagonista pouco convincente. Já em A Guerra da Rainha Vermelha, Mark Lawrence consegue criar não só um, mas dois personagens convincentes e carismáticos. Outro ponto em que o autor acerta é em não criar diversos personagens vazios, coisa comum e que me desagrada em livros de fantasia.

“Por que mesmo estamos torcendo por eles? – essa é uma pergunta comum entre os cada vez mais numerosos leitores de suas aventuras. A resposta, certamente, está no talento com que o autor conduz seus personagens e narrativas.”

No geral, A Guerra da Rainha Vermelha foi um livro que me surpreendeu, pois quando o peguei para ler não imaginava uma estória tão bem construída, divertida e cativante. Esse é o tipo de livro com capacidade de agradar tanto os mais experientes leitores de fantasia quanto os que estão iniciando no gênero.

Esse livro foi recebido em parceria com  DarkSide Books, para mais informações acesse o site e redes sociais da editora: Facebook | Twitter | Instagram | G+ | YouTube

nota

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2 comentários sobre “Resenha | Personagens distintos de “A Guerra da Rainha Vermelha” formam uma fantasia cativante

  1. E aí! Eu gosto muito da Trilogia dos Espinhos, mas isso que você falou é verdade: Jorg não é tão convincente, ele é bem vazio e por mais que nós entendamos os motivos dele, ainda fica aquela duvida: O personagem é mal construído ou ele é legitimamente insano e não precisa de razões bem fundadas pra fazer o que faz? Considero esse um dos únicos problemas da trilogia, se em Prince of Fools esse problema não existe mais, deve ser um livro incrível! (Dou muita moral pro Mark Lawrence, principalmente por Prince of Thorns ser a estreia dele no mercado :p ) Curti muito a resenha, Sr. Machado 😀

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    • É bem por aí mesmo, eu até tentei entender os motivos do Jorg ser daquele jeito, mas não rolou. Não posso julgar por completo a trilogia anterior, mas o primeiro livro dessa nova trilogia já é bem superior, na minha opinião. É basicamente o mesmo cenário, só que com personagens mais interessantes e divertidos 🙂 Obrigado pela visita!

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