Resenha | A colonização do planeta Marte em “As Crônicas Marcianas”, clássico da ficção científca escrito por Ray Bradbury

Em As Crônicas Marcianas (adicione ao skoob) Marte e os marcianos fazem parte do imaginário dos terráqueos desde muito antes da chegada do Homem na Lua. Antes que soubéssemos através das célebres palavras transmitidas pela televisão para o mundo inteiro que “a Terra é azul”, sonhamos com pequenos seres verdes, curiosos, inteligentes, maldosos ou bem mais evoluídos que nós, a nos oferecerem o eterno embate com o desconhecido, com o imponderável, num exercício sempre profícuo de aprendizado e tolerância.

Antes de começar a falar sobre o livro, quero fazer um alerta aos leitores: ler qualquer obra de Ray Bradbury pode ser muito perigoso, os riscos de você ficar viciado no universo que o autor cria são grandes. O cara era simplesmente um mestre. Dito isso, quero contar um pouco da minha experiência com o livro “As Crônicas Marcianas”. Nessa história não temos um personagem principal (talvez o planeta Marte seja uma espécie de personagem principal), o livro é dividido em várias crônicas que podem ser lidas em ordens diferentes, apesar de eu ter lido na ordem cronológica e indicar que todos façam o mesmo para uma experiência melhor. Ray Bradbury nos coloca em meio a colonização de Marte pelos humanos, uma situação bem interessante de acompanhar, principalmente se você assim como eu é fã de ficção científica. Mas vamos com calma, não é só de ficção que o livro vai tratar, Bradbury consegue puxar outros temas na mente do leitor.

Na obra vamos conhecer vários personagens que vão ter de alguma forma uma ligação com Marte. Vamos conhecer o planeta, seu clima, cidades, habitantes e cultura. A escrita de Ray Bradbury é como um passaporte, a viagem de fato acontece, você vai conhecer com detalhes prazerosos como Marte funciona e como funciona a cabeça daqueles que ali estão. Além de todo esse clima digno de uma ótima história de ficção científica, questionamentos sobre sociedade, ética, caráter e a mortal humana acontecem com bastante frequência. As crônicas se acumulam e ganham sentido, uma tendo algo de comum com outra, conectando e se transformando em uma grande obra. Lembra que eu disse que ler qualquer coisa do Bradbury é perigo? Pois bem, logo após a primeira crônica você já vai estar completamente imerso na trama e não vai querer largar o livro.

“As Crônicas Marcianas” se tornou fácil um dos meus livros favoritos, diria que é leitura obrigatória não só para fãs de ficção científica, mas para todo tipo de leitor. Espero que isso seja o suficiente para te fazer dar uma chance para esse clássico, mesmo que você não esteja acostumado com esse tipo de literatura. Talvez o livro não agrade a todos, o que é normal, mas uma coisa eu garanto sem medo: qualquer leitor vai considerar esse livro no mínimo uma boa leitura.

Ray Bradbury foi um escritor americano que atuou como romancista e contista primariamente de ficção-científica e fantasia. Ele é mais conhecido por seu trabalho mais famoso, Fahrenheit 451, de 1953, uma das mais renomadas obras de ficção do século XX, uma das estórias consideradas precursoras do gênero de distopia/ficção especulativa. Outras de suas obras famosas incluem Crônicas Marcianas (1950) e The Illustrated Man (1951). Muitas de suas obras foram adaptadas ao longo de sua carreira, tanto para o cinema, quanto para a televisão e para a mídia de banda desenhada/quadrinhos.

Para fechar essa resenha eu não posso deixar de comentar um pouco sobre essa bela edição, publicado pela Biblioteca Azul (selo da Globo Livros) a mesma que recentemente publicou com novo design gráfico outros livros de Ray Bradbury. O material utilizado nessa edição é de muita qualidade, formato 14cm x 21cm, folhas amareladas, diagramação e tamanho de fonte excelente.As crônicas são bem divididas, tem sempre um bom espaço entre uma crônica e outra. Gostei muito da capa, combinou muito com o tema abordado no livro. Ótima edição, merece fazer parte da estante de qualquer um.

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